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Seminários Descentralizado sobre Autismo, com apoio da ALESC, Escola do Legislativo e ASCA.

Evento sobre autismo aborda importância do diagnóstico precoce

Em mais uma edição dos Seminários Descentralizados sobre Autismo, a cidade de Fraiburgo recebeu nesta sexta-feira (21) um público estimado em 480 pessoas, entre profissionais da educação, saúde, assistência social, acadêmicos, familiares e pesquisadores da área para discutir políticas públicas para as pessoas com transtorno do espectro autista. A discussão conta com o apoio da Assembleia Legislativa, por intermédio da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, e Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, em parceria com a Associação Catarinense de Autismo (Asca) e Associação Atitude Vida de Fraiburgo.
Na abertura do evento, o deputado José Nei Ascari (PSD), presidente da comissão, destacou a importância dos eventos para debater situações reais e reforçou o compromisso com o segmento do autismo. Segundo ele, “desde a primeira edição, ainda no ano passado, até este, pelo menos 7 mil profissionais já foram capacitados nas palestras realizadas durante os seminários, melhorando muito em Santa Catarina a compreensão sobre o que é o transtorno do espectro autista. E isso é importante para sensibilizar o poder público e a sociedade sobre o tema." O deputado Romildo Titon (PMDB), presidente da Escola do Legislativo, elogiou a parceria estabelecida com as comissões do Parlamento em prol da disseminação de políticas públicas, destacando a importância da descentralização dos eventos no estado de Santa Catarina.

O deputado Natalino Lázare (PR) ressaltou o trabalho desenvolvido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência na divulgação de políticas públicas para a pessoa com deficiência. Emocionada, Marlete Grando, percursora e propositora da realização da audiência pública sobre autismo em 2011, resultando na aprovação da Lei Estadual nº 16.036/2013, que estabelece a política estadual de proteção dos direitos da pessoa com transtorno do espectro autista, agradeceu o apoio do Parlamento por intermédio da comissão e Escola do Legislativo na concretização do projeto “Santa Catarina Precisa Conhecer os seus Autistas”, permitindo a realização de 11 seminários no estado de Santa Catarina, possibilitando a capacitação de aproximadamente 7 mil profissionais das diversas áreas.

Durante a abertura acontec eram apresentações como a do grupo de dança com colagem musical, que do trabalho da Apae e do Departamento de Cultura de Fraiburgo, e a apresentação musical do aluno Bruno Caetano da Silva, que representou a a Associação Atitude Vida.
Palestras
Após a solenidade de abertura, o fonoaudiólogo chileno Miguel Higuera Cancino abordou as estratégias para o controle de condutas inadequadas e a estimulação à aprendizagem com a palestra “Como desenvolver aprendizagem no aluno com Transtorno do Espectro Autista".  Com mais de 27 anos de experiência na área, especialista em Autismo, Asperger, Sídrome de Down e Sdah, o conferencista internacional falou sobre o método chileno Acme.  O trabalho como pai, docente e pesquisador tem resultado numa visão que visa capacitar as famílias e professores nas formas mais simples e eficientes para desenvolver a interação social, a comunicação e o autocontrole das crianças com autismo, dentro dos ambientes na turais da casa e da escola.

Durante sua explanação, Miguel explicou que uma das formas de trabalhar com as crianças autistas é manter os pais por perto, sendo que o mundo da criança autista é a família. “Geralmente, a visão clinica é manter os pais afastados do tratamento, porém, essa postura pode ser vista como um erro, pois as crianças pertencem à família e precisam enfrentar isso juntas. Não como terapeutas, mas como pais preparados para viverem com seus filhos e com o comportamento autista”, explica.

Segundo o especialista, se a família, os educadores e a sociedade não sabem lidar com a criança autista, eles estão produzindo também uma deficiência por não saberem interagir com esses pacientes. “Precisamos capacitar para acabar com o campo minado que o autista enfrenta, na escola, por conviver com pessoas que des conhecem o transtorno. Situações como essas dificultam todo o processo de ensino e inclusão. Nosso maior desafio é proteger essas crianças”, destaca.

No período vespertino, Sérgio Antoniuk abordou o tema "Neurodesenvolvimento e Sinais do Transtorno do Espectro Autista" e destacou que no Brasil as pessoas que sofrem com o autismo chegam a 1 milhão. Elas apresentam deficiências nas áreas da comunicação, interação social e comportamento e podem ter problemas mentais associados. Trata-se de um distúrbio do desenvolvimento neurológico. Dentro do espectro autista há os mais comprometidos, chamados de “baixa funcionalidade”, e, no outro extremo, os casos mais leves, como a síndrome de Asperger. O diagnóstico não pode ser fechado durante os primeiros anos de vida, mas especialistas defendem que mesmo antes do primeiro ano de vida já podem ser notadas características autistas.

O sucesso no tratamento baseia-se em duas questões: diagnóstico precoce e estimulação adequada. Para o coordenador do Centro de Neuropediatria do Hospital de Clínicas de Curitiba, Sergio Antoniuk, grande parte das pessoas enquadradas no espectro autista descobre o distúrbio muito tarde, quando descobre. “Quanto mais cedo a criança for tratada, melhor é sua resposta ao tratamento. Mas a média de idade dos que atendemos é 8 anos”, diz.

Fechando o ciclo de palestras, a assessora parlamentar da Assembleia Legislativa, Janice Steidel Krasniak, abordadou o tema “Políticas públicas para pessoas com espectro autista” e evidenciou a importância de que políticas públicas sejam construídas em parceria com o segmento no intuito de que as mesmas venham ao encontro dos anseios do segmento.
Participaram da solenidade de abertura Ivo Biazzolo, prefeito de Fraiburgo; vereador Gerson de Matia, presidente da Câmara de Vereadores de Fraiburgo; Claudete Gheller Mathias, secretária de Educação, Cultura e Esporte do Município de Fraiburgo; Gabriel Fantin, vereador de Fraiburgo; Rodrigo de Lara, vereador de Fraiburgo; Rita de Cássia Soares, gerente de Educação; Antoninho Tiburcio Gonçalves, coordenador da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira; Paulo Cesar Ribeiro, presidente do PR de Fraiburgo; Clóvis José de Oliveira, diretor da empresa Trombine, parceira da Asca de Fraiburgo; padre Celso Carlos Puttkammer dos Santos, vigário da Paróquia de Fraiburgo.
Convivendo com o autismo
Ao desconfiar de que seu filho possa ter algum grau de autismo, procure o médico. Confira alguns comportamentos característicos aos 2 anos:
  1. Não olha nos olhos; - Não responde quando é chamado; - Parece estar “no mundo dele”; - Não fala, ou fala muito pouco; - Não usa gestos para se comunicar; - Não entende o gesto de apontar; - Apresenta estereotipias como sacudir as mãos; - Insiste em carregar objetos; - Tem interesses muito específicos.
  2. Uma criança com autismo é diferente de outra, mas algumas orientações valem para a maioria dos casos.
  3. A criança autista tem dificuldades em imaginar. Para ajudar use objetos concretos, como fantoches, ao contar histórias.
  4. Seguir uma rotina diária é importante, além de manter os ambientes em ordem e seguros.
  5. Fale com a criança olhando diretamente para ela e use frases simples e curtas.
  6. A música pode ajudar. Crianças que não falam às vezes conseguem cantar palavras que não são capazes de dizer.
  7. Muitos abraços e beijos podem incomodar. Se não forem aceitos, não insista.
  8. Mesmo as crianças com autismo podem aprender a cada dia. Não diga “ela não faz isso” ou “ela não consegue fazer aquilo”, especialmente na frente da criança.
  9. Evite dizer que ficará feliz ou triste caso a criança aja de determinada maneira. É provável que ela não compreenda.
  10. Não deixe a criança fazer o que quiser só por medo da reação que pode ter se contrariada. Defina limites para que aprenda que há coisas que não pode fazer.
  11. Ajude-a a perceber que, ao conversar, deve falar e dar espaço para que os outros falem.
  12. Quando houver um mau comportamento, analise se ele não ocorreu porque a criança está tentando chamar a atenção.
Fontes: Livros Uma Menina Estranha, de Temple Grandin, e Convivendo com Autismo e Síndrome de Asperger, de Chris Williams e Barry Wright.

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