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História


     Encontramos registros datados que em 1802 pela primeira vez, é dada atenção a uma criança autista. Nesse caso distinto, era o Doutor Jean Itard, que aceitava tratar um menino que havia sido abandonado em um bosque. Brauner (1978) ao ler as notas de Itard, afirma que a criança em questão, na verdade era uma criança autista.

      Em 1944, Asperger descrevia em seus estudos, crianças com as mesmas características, as quais concluiu serem portadoras de psicopatologia autística.

          Nos estudos de Gauderer (1992) encontra-se a introdução do termo autista na literatura psiquiátrica, a partir dos estudos de Plouller em pacientes adultos com diagnóstico de demência precoce e equizofrenia. Também é encontrada a terminologia autismo usada por Bleuler, psiquiatra suíço, contemporâneo de Freud, referindo-se a adultos que haviam perdido o contato com a realidade.

     Os livros que tratam da Síndrome do Autismo costuma descrever que a síndrome foi descrita, inicialmente, por Kanner (1943) como um "Distúrbio Autístico do Contato Afetivo". Nela se destacava, como aspecto mais relevante, uma anormalidade no desenvolvimento social, e enfatizava que o distúrbio era constitucionalmente determinado e apresentado nos primeiros estágios do desenvolvimento. 

     Estudar o Autismo significa ter de analisar de forma crítica diferentes enfoques, abordagens e classificações. Por exemplo, para Ajuriaguerra, a patogenia do autismo infantil precoce deve ser analisada a partir de quatro fatores:
  1. fatores desorganizadores do cérebro infantil: fatores hereditários e orgânicos;
  2. distúrbios de aferências e eferências, isto é, problemas nos receptores;
  3. teorias psicodinâmicas;
  4. noção de patogenia parental.
     Esse autor focaliza a síndrome como sendo decorrente de alterações internas, isto é, de ordem biológica fundamentalmente.
     Quando se passa a analisar as abordagens dadas ao tema, o pesquisador logo se depara com as diferenças de enfoque e com as similitudes de um e de outro. Por um lado, há os que entendem que o autismo tenha sua origem em fatores intrínsecos, ou seja, provocados por alterações internas DO e NO processo de desdobramento maturacional. Por outro, há os que entendem que a síndrome seja decorrente de fatores extrínsecos. Nesse caso, a família seria o foco gerador do distúrbio, atribuindo-se, fundamentalmente, à atitude materna a causa principal da síndrome, ou de forma mais amena, a reação da criança a atitude da mãe.

     Tanto em uma como em outra abordagem, fica claro que grande parte dos que se ocupam do tema tentam explicar a origem do autismo como sendo decorrente da lógica de um único fator (interno ou externo). É evidente que no campo científico, quando se consegue detectar a etiologia de uma certa patologia, se pode avançar para atenuar ou evitar sua manifestação. Todavia, no campo educativo e/ou psicopedagógico, as preocupações residem em saber que estratégias podem ser utilizadas para impulsionar processos de desenvolvimento e aprendizagem que reduzam as limitações que a patologia gera. Pode-se ainda, saber se é possível realizar tais avanços? 

     Compartilhando da opinião dos autores (Negrine, Airton e Machado, Mara Lucia Salazar), a Síndrome do Autismo não pode ser decorrente de um único fator, seja ele interno ou externo. A questão de fundo é que o instrumental de que se dispõe no momento é insuficiente para sustentar sua etiologia. 

     Como professores/pedagogos, acreditamos que é possível fazer as crianças autistas avançar, isto é, adquirir aprendizagens que seriam impossíveis sem a intenção pedagógica. O desafio é estimular a criança autista mediante diferentes estratégias e situações para observar e registrar seus avanços e limitações. Assim, pensa-se contribuir de forma significativa para desvendar mistérios que a ciência ainda não desvendou.


Créditos a Airton Negrine e Mara Lucia Salazar Machado.


     

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